Pesquisa explica por que você se irrita com sons como mastigar ou clique de caneta
Você vai ler sobre um estudo que traçou as origens da misofonia — quando sons como mastigar, fungar ou o clique de caneta disparam reações fortes como raiva, nojo ou ansiedade. O trabalho mostra que não é só irritação: envolve dificuldade em mudar o foco da atenção, menor flexibilidade cognitiva e flexibilidade afetiva, além de associação com ruminação e alto sofrimento social e emocional. Esse sofrimento pode ser agravado por fatores externos, como problemas financeiros — veja como o endividamento impacta a saúde mental. Este texto explica os achados e o que eles significam para quem convive com o problema. Para detalhes adicionais sobre a divulgação do estudo, veja: https://www.infomoney.com.br/saude/misofonia-pesquisa-explica-a-irritacao-com-sons-como-mastigacao-ou-clique-de-caneta/
- Misofonia vai além de incômodo por sons; é um transtorno complexo.
- Pessoas com misofonia têm dificuldade de mudar o foco em situações emocionais.
- Baixa flexibilidade cognitiva e ruminação estão ligadas a sintomas piores.
- Testes mostraram mais erros ao alternar para tarefas emocionais, sem queda na velocidade.
- Entender essa complexidade ajuda no tratamento e reduz o estigma.
Cientistas indicam que misofonia reflete diferenças psicológicas além da sensibilidade a sons
Um estudo recente propõe que a misofonia — reação forte a sons como mastigar, fungar ou clique de caneta — não é apenas uma irritação isolada. Pesquisadores identificaram ligação entre a severidade da condição e dificuldade em alternar a atenção em situações emocionais, rigidez cognitiva e maior tendência à ruminação.
Principais conclusões
- O trabalho relaciona misofonia a déficits na flexibilidade afetiva e na flexibilidade cognitiva.
- Pessoas com sintomas mais graves cometeram mais erros ao alternar tarefas com conteúdo emocional, embora não tenham sido mais lentas.
- Quem relatou misofonia mais intensa também informou níveis maiores de ruminação.
- Os achados apoiam a ideia de que a sensibilidade sonora pode ser apenas um sintoma de um quadro psicológico mais amplo.
Como o estudo foi feito
- Amostra: 140 adultos participaram.
- Proporção: cerca de um quarto atingiu critério de misofonia clinicamente relevante.
- Instrumentos:
- Testes comportamentais, incluindo a Memory and Affective Flexibility Task, que mede a habilidade de alternar entre tarefas e responder a imagens emocionais.
- Questionários sobre flexibilidade cognitiva, ruminação e gravidade dos sintomas.
- Principais medidas: precisão e tempo de resposta ao alternar tarefas, e autorrelatos sobre estilo cognitivo.
Resultados detalhados
- Participantes com misofonia mais grave tiveram pior desempenho em precisão na tarefa que exige mudança entre memória e avaliação emocional.
- Não houve diferença significativa no tempo de resposta, indicando problema na estratégia mental, não na velocidade de processamento.
- Autorrelatos mostraram menor flexibilidade cognitiva em quem tem sintomas mais intensos.
- Ruminação — especialmente pensamentos repetitivos de crítica e raiva — foi associada à gravidade da misofonia. Em alguns casos, essa ruminação está ligada a comportamentos de enfrentamento pouco saudáveis, como compras para aliviar emoções, o que ilustra como compras por impulso podem surgir como tentativa de lidar com sofrimento emocional.
Contexto e base neurobiológica
- Pesquisas anteriores apontavam o papel do córtex insular anterior (AIC) na misofonia. Essa área envolve regulação emocional e percepção corporal.
- O novo estudo testa se a função mental relacionada à alternância de atenção em contextos emocionais também está comprometida na condição. Padrões emocionais mais gerais, possivelmente influenciados por vínculos precoces, podem contribuir para a forma como as reações sonoras se manifestam — um ponto que dialoga com estudos sobre vínculos de apego e traços de personalidade.
O que isso significa para você
- Se você convive com reações intensas a sons específicos, os resultados sugerem que esse sofrimento pode ter raízes em processos mentais mais gerais, não apenas na audição.
- Reconhecer que a misofonia envolve aspectos cognitivos e emocionais pode abrir caminho para tratamentos que vão além de estratégias sensoriais — por exemplo, intervenções voltadas à flexibilidade cognitiva e redução da ruminação. Trabalhos que abordam a resiliência mental e técnicas para manejar a atenção podem ser úteis; existem também recomendações práticas sobre como fortalecer essa capacidade, como nas estratégias usadas para preparação psicológica em contextos de alta pressão (estratégias para fortalecer a resiliência psicológica).
- Entender essa complexidade ajuda a reduzir o estigma e a melhorar o suporte clínico. A discussão pública sobre saúde mental, inclusive em eventos que tratam do impacto das redes sociais na saúde emocional, reforça a urgência de políticas e práticas de apoio (veja cobertura sobre a influência das redes sociais na saúde mental).
- Além disso, considerar o contexto social e a pressão externa é importante: a pressão social pode custar caro para o bem-estar e influenciar escolhas que afetam tanto a saúde emocional quanto as finanças pessoais — entender como lidar com essa pressão pode fazer parte de um plano de apoio mais amplo.
Resumo em tabela
| Fator avaliado | Associação com misofonia |
|---|---|
| Flexibilidade afetiva | Menor precisão ao alternar tarefas emocionais |
| Flexibilidade cognitiva | Autorrelato de maior rigidez mental |
| Ruminação | Níveis mais altos em casos mais graves |
| Tempo de resposta | Sem diferença significativa |
Conclusão
A misofonia vai muito além de uma simples irritação sonora. Não é só o som que incomoda: é a atenção que fica presa, a flexibilidade cognitiva e afetiva que se tornam rígidas, e a ruminação que alimenta o sofrimento. Isso significa que tratamentos puramente sensoriais — tampar os ouvidos — podem ser insuficientes. É preciso trabalhar a alternância de atenção, reduzir pensamentos repetitivos e fortalecer estratégias emocionais. Reconhecer essa complexidade ajuda a reduzir o estigma e a abrir caminhos para intervenções mais eficazes. Pequenas mudanças nas estratégias mentais podem gerar ganhos reais na qualidade de vida.
Se você convive com reações intensas, considere procurar avaliação e abordagens que atuem tanto no som quanto nos processos mentais. Para mais informações sobre a divulgação e cobertura jornalística deste estudo, consulte: https://www.infomoney.com.br/saude/misofonia-pesquisa-explica-a-irritacao-com-sons-como-mastigacao-ou-clique-de-caneta/
Onde ler o estudo e a matéria original: https://www.infomoney.com.br/saude/misofonia-pesquisa-explica-a-irritacao-com-sons-como-mastigacao-ou-clique-de-caneta/
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